30 maio 2007

O meu manifesto

Por que a greve é um direito que assiste a qualquer trabalhador.

Quem é que ainda não ouviu esta bela frase feita? E over and over again?

É verdade sim senhora, eu própria admito que quando não me apetece trabalhar também me convém dizer que Hoje calhava mesmo bem uma greve. É justo. Mas será mesmo?


O pior é quando se pergunta aos grevistas:
Por que estão a fazer greve?

Ai, já dizia o outro, é que a porca torce o rabo. As respostas a esta pergunta vão desde a mítica frase Por que é um direito que me assiste (e isso quer dizer que...EIH?) à típica resposta Por que isto é uma vergonha, este país é uma vergonha!.
Devo confessar que dou razão às pessoas que respondem que isto é uma vergonha. Pois é! Ponham vergonha nisso!

É uma vergonha fazer greve:
1 - Por que sim!
2 - Por que toda a gente lá no trabalho faz / vai fazer.
3 - Por que té calha bem que nesse dia vai lá o canalizador a casa... (Ups, parece que ainda há quem trabalhe nesse dia!)

Atenção: Não confundir com a pergunta: Por que é que está na manifestação? ou ainda Está a manifestar contra o quê?
Eu sei, é complicado, uma vez que as respostas são iguais...

Para um país que se farta de produzir e onde a taxa de desemprego é praticamente nula realmente acho que faz muito sentido fazer greve! (ATENÇÃO: Frase irónica)
Prejudicar a vida não só do vizinho do lado como de um país já de si atrasado em tudo, é no mínimo vergonhoso! Continuar a dar credibilidade a esses pseudo sindicatos que vivem à custa do trabalhador que passa dia e noite a vergar a mola e que nada conseguem senão prejudicar a vida do próximo não nos vai levar a lado algum! Precisamos de mudança? Sim, precisamos! Precisamos de greves? Não, não precisamos!
Tentar justificar a greve através de discursos e palestras sobre desemprego e condições precárias de trabalho não é mais do que uma estratégia populista sem resultados reais.

E o mais triste é que através da exploração da ignorância do povinho, estes continuam a ser os únicos a sair prejudicados no meio desta situação toda:
- Ninguém lhes paga o dia
- Têm de trabalhar o dobro nos dias seguintes para responder aos trabalhos pendentes
- A situação continua na mesma
É que depois tenho que me chatear sem necessidade! Está mal.

29 maio 2007

Concert sessions

Qual é a ideia de num concerto gritar PORTUGAL, PORTUGAL? Nada contra patriotismos, mas... façam-me um favor! Ao que me parece estamos num concerto, repitam comigo, agora soletrando: C O N C E R T O. Que eu saiba, concerto ainda não é sinónimo de jogo de futebol, LOGO... Pior se o artista em questão for estrangeiro! Qual é a ideia? Transmitir a imagem de um país muito patriótico? O que é que tem a ver? Já para não falar dos cânticos entoados: OÉOÉOÉOÉ, OÉ, OOU...

ENFIM

Certo é que, seja qual for o concerto a que vou, encontro sempre 3 tipos de pessoas:
1- O ganzado, que se coloca sempre estratégicamente à minha frente a fumar como se não houvesse amanhã.
2- O Fã NÚMERO 1 que passa o concerto todo histérico a gritar coisas como "WE LOVE YOU!", "YOU'RE THE BEST", não canta--> berra e dança frenéticamente.
3- O cepo, o mono, o senta arraiais e não arreda pé que consegue a proeza de ficar um concerto inteiro sem se mexer e sem deixar os outros mexer. Costuma levar um kit que ele próprio criou, composto por: telemóvel com o número da amada marcado, para quem telefona de 5 em 5 minutos para gravar músicas acompanhado da bela frase Amorzinho, esta é para ti!; máquina fotográfica, para gravar músicas e tirar fotos imperceptíveis ao vocalista e claro está um objecto que emita fechos luminosos (a.k.a. lanterna), procurando imitar as luzes do palco.

Fora isto, devo dizer que Dave Matthews Band ao vivo é qualquer coisa! Muito bom, mesmo.

22 maio 2007

Prostituição


Ainda me choca:

1 - Ver uma mulher às 8h da manhã plantada em pleno Parque Eduardo VII à espera de clientela com aquele ar de quem está à espera da carrinha da empresa que a vai levar até à fábrica.

2 - Ver raparigas da minha idade e até mais novas que poderiam com certeza estar a estudar ou a fazer qualquer outra coisa que estar a vender o próprio corpo.

3 - Ver mulheres com idade para serem nossas mães plantadas uma noite inteira à esquina de uma rua qualquer com ar de quem espera que o marido a vá buscar.

4 - Ver carros topo de gama, a rondar estas mesmas mulheres. Carros estes onde vão homens comuns, maridos, namorados, solteiros que NUNCA ninguém diria...

5 - Ver isto a acontecer em plena Lisboa, em pleno século XXI!


Por isso é que eu digo: A quem ainda tenha algum tipo de dúvidas sobre se o dinheiro traz felicidade, eu aconselho um passeio nocturno pelas ruas que circundam o Parque Eduardo VII!


Já dizia o Caetano:

Alguma coisa está fora da ordem

Fora da nova ordem mundial

17 maio 2007

As pequenas coisas da vida, by ME!



Nada como começar o dia a reflectir sobre as pequenas coisas da vida. Floribella às 9h será uma delas! Porquê? Já não bastava a dose diária (que eu por motivos de trabalho não posso acompanhar... que azar o meu!) antes do telejornal, eis que a sic ainda nos presenteia com uma dose matinal e ainda por cima antiga! Obrigada Sic!


Depois, indo eu a caminho da minha visita mensal ao dentista eis que me deparei com duas temáticas que me andam a trazer afrontamentos nos últimos tempos : o dinheiro e os parquímetros.




Problema: A Rita tem uma nota de 5€ que precisa de trocar por moedas pequenas para colocar no parquímetro e já está atrasada para o dentista. Além do mais quanto mais tempo passa, mais tempo está o carro sem o bendito papel do parquímetro, correndo o risco de aparecer um Emelense a qualquer momento... Resolve! Boa sorte!




1ª Tentativa: Entrar na lavandaria e pedir.


Resposta: *Mostrando a caixa registadora* - Olhe tá a ver o que tenho? É isto! Quer que lhe empreste 90c...?




2ª Tentativa: Entrar numa espécie de mini-mercado e pedir.


Resposta: *Enquando grita ao telefone* - Abanão de cabeça indicando NÃO!




3ª Tentativa: Entrar no mercado e pedir a uma das peixeiras.


Resposta:*Dirigiu-se à carteira e tirou as moedas sem proferir palavra com aquela expressão facial de-quem-troca-o-dinheiro-mas-contrariada*.




Entretanto depois desta saga tinha na mão 3 moedas: 2 de 2€ e 1 de 1€. Quando o que apenas precisava era de 30 a 50 c.... Como já estava 15 m atrasada e não tinha muito mais alternativas num raio de 5 m acabei por me render às evidências e acabei por gastar 1€...


Ora eu pergunto: Serei eu ou esta merda dos parquímetros mete nojo? Já não bastava ter de pagar o balúrdio que se paga pelo combustível e portagens, ainda somos obrigados a ter de pagar para estacionar o carro! Mais: somos obrigados a pagar um valor mínimo e a ter sempre à mão trocos e de preferência do nosso bolso, pois incomoda muito um Português pedir que nos troque uma nota e nós não queremos isso. Não!


Eu gostava de deixar aqui um esclarecimento a estas mentes captas que poderão ainda não ter entendido toda a problemática de trocar dinheiro: Amigos, TROCAR dinheiro NÃO É sinónimo de DAR dinheiro! Não! Trocar notas ou moedas significa apenas que se vai ficar com o mesmo valor MAS com moedas ou notas maiores ou mais pequenas. Nada mais, nada menos!




Foi depois disto que me lembrei que a bela frase proferida pela Flor (LOL) logo de manhã até fazia um certo sentido... Quoting: Pensamos que a vida é cheia de peixinhos coloridos o problema é quando estes se tranformam em tubarões devoradores!


E pronto, I rest my case. Por agora, entenda-se!


11 maio 2007

A Vitória de Sarko

As eleições de França não tiveram grande impacto em Portugal por várias razões: no mesmo dia realizaram-se eleições para o governo regional da Madeira (que apesar de não trazerem nada de novo de noticioso foram as primeiras notícias nos alinhamentos dos telejornais), notícias sobre a crise na Câmara de Lisboa, e o terrível desaparecimento de Madeleine McCann (que há uma semana, e com o detalhe incrível de nunca ter notícias novas, domina o panorama jornalístico português).
Mas, voltando às eleições. Há muito tempo que em França, e no resto dos países civilizados da União Europeia, não se falava de outra coisa. A grande questão era "Ségo ou Sarko?" Como já toda a gente tinha previsto, acabou por ganhar o candidato mais temido, Nicolas Sarkozy. O apelidado "candidato conservador", "candidato da direita" e até mesmo "pequeno ditador". Não sei se viram o debate que passou a horas imprórias e, com muitas partes cortadas, na Sic Noticias e na RTPN... Para quem viu, e mesmo não sendo francês, acho que não ficou com muitas dúvidas em responder a esta questão.
Sarkozy, para além de ser um cavalheiro para uma Madame Royale, que se exaltava por tudo e por nada, foi também o candidato com as respostas e ideias mais concretas e realistas. Não se limitava a ter um discurso populista com a intenção de caçar o voto ao dizer: "Eu vou fazer isto ou aquilo", ou "Comigo vão ter tudo e mais alguma coisa...", ou ainda "Eu serei....", "eu, eu, eu..."; nem o discurso típico de pôr as culpas no outro, dizendo "Porque é que não fez isso quando estava no governo?" ou "A culpa disto estar assim é sua." Sarkozy expunha os problemas e apresentava soluções reais para os resolver. Não se concentrava em si mas nas suas ideias, no seu programa. O que não aconteceu com Ségolène Royale, que se limitava a atacar o seu adversário.
Como mulher, é claro que gostaria de ver Ségolène no Eliseu. Imaginem o que seria Ségolène Royale, Angela Merkel e Hillary Clinton a debaterem os problemas da Europa e do mundo? Uma revolução histórica e apetecível! Contudo, acima destes, deve ser coerente e séria. Caso contrário, não vale a pena.
Em relação a Sarkozy, não sei se ele é o candidato perfeito ou imperfeito. Não conheço a fundo os problemas franceses para me poder pronunciar sobre deles, nem sobre as suas supostas soluções (se bem que a implementação de um estado menos social com vista a fazer acordar os preguiçosos que vivem às suas custas e à dos restantes trabalhadores, me parece sempre bem-vinda). O que posso afirmar é que, no que diz respeito à Europa, a política deste candidato é mais realista. Nomeadamente, em relação à adesão da Turquia. Ségolène era a favor da sua entrada imediata, Sarkozy disse muito claramente que é contra a sua adesão. A posição deste último, por agora, parece-me ser a mais sensata a tomar. Não que eu seja totalmente contra esta adesão, mas é que para mim, nem a Europa nem a Turquia estão devidamente preparadas para ela. A Europa, porque se alargou até ao báltico e já se vê muito aflita para dar resposta a tantos países que entraram ao mesmo tempo na União, e a Turquia porque continua com muitas questões internas por resolver, como é o caso das manifestações religiosas que têm invadido os telejornais (sérios), e dos ataques suicidas de que frequentemente é alvo. Na minha opinião, esta adesão mais tarde ou mais cedo irá concretizar-se (e é positivo que assim seja, embora deva dizer que não me identifico minimamente com os turcos, nem com a sua ideologia ou mentalidade), mas convém que seja mais tarde, que se dê tempo ao tempo para não se apressar um processo que se quer o mais transparente e pacífico possível.
Em relação às críticas que têm feito ao nosso amigo "Nicolau", acho que são precipitadas e desajustadas. Conhecemos o seu trabalho como Ministro Interno, e o único mal maior que lhe temos a apontar foi o facto de ter chamado "escumalha" àqueles que incendiaram carros e espalharam o terror nos arredores de Paris. Se ele os tivesse chamado de "defensores do povo" é que eu tinha ficado preocupada... Além disso, não há nenhum ministro no mundo que de vez em quando não mande uma "bacurada" para animar as hostes de quem o ouve. (Veja-se o caso do nosso ministro Manuel Pinho que há uns meses atrás não fazia outra coisa...) Mesmo Ségolène, que já tendo ocupado vários cargos públicos, incluindo Ministra do Ambiente, só agora é que consegue pôr o seu nome na berlinda.
Por isso, antes de criticar devemos ver o que o novo Presidente da França vai fazer do seu mandato. Não sabemos que tipo de presidente será. Diferente, seguramente, mas como? Pode ser o melhor de sempre, ou o pior de sempre... Pode até nem ser nada de especial...É esperar para ver. Uma coisa é certa, a sua vitória foi a esperada, e apesar disso, muitos grupos de extrema-esquerda não a aceitaram e fizeram questão de mostrar isso da pior forma. E ainda dizem que ele é que é ditador e fundamentalista.... haja pachorra!

01 maio 2007

Genuinamente Optimista


Não falo por falar

Penso antes de o fazer.


Não digo por dizer

Mas sim por o sentir.


Não faço por fazer

Mas por que tem de ser feito.


Não olho por olhar

Observo.


Não penso por pensar

Mas sim por que não o posso controlar.


Mas rio por rir.