26 setembro 2008

TV out of order

Ao contrário da maior parte da populaça da minha idade, infelizmente hoje não irei sair. Maneiras que resolvi fazer zapping para ver se se aproveitava alguma coisa pela nossa TV portuguesa. E eis que são 21h30 e estou aqui a escrever isto.
Preciso dizer mais alguma coisa?
No further questions.

21 setembro 2008

Devo ser eu que sou antiga...

Passados 10 dias desde a última vez que disse até amanhã , eis que finalmente tenho 5 minutos para vos falar sobre.... a Lucy. Pois é, eu nem queria mas é mais forte do que eu. A verdade é que não há volta a dar e tem mesmo de ser.
E começo por fazer uma simples pergunta: Programa para crianças??? Mas esperem lá, para as crianças dos 18 aos 30 anos? Pois, bem me pareceu.
Não foram precisos mais de 3 minutos para tirar várias ilações...
Aquele look fatal da menina é patrocinado por qual marca?? Pela Petit Patapon?? Ou será antes pela Chicco? Ok, já sei, será mais pela Roberto Cavalli versão feira de Carcavelos...
E o conteúdo do programa? Foram buscar inspiração onde? A canais da TV Cabo?
Realmente posso não ter visto muito mas quando oiço que a canção escolhida para terminar o programa diz qualquer coisa como "Não sei o que fazer se não fizer amor contigo"chego à conclusão que I've seen enough!
É impressão minha ou estamos a construir uma futura Ana Malhoa? Se sim, Parabéns Lucy, estás no bom caminho!
Provavelmente devo ser eu que sou antiga.

12 setembro 2008

I'll be back!

Por uma questão de cansaço mas principalmente de preguiça voltei a ausentar-me durante uns tempos. Mas penso que não foi em vão, apesar de estar a trabalhar há já 12 dias seguidos - sim, eu sou uma vítima e uma mártir da sociedade - este tempo serviu para assimilar ideias e maturar algumas reflexões sobre este grande ser que é o Ser Humano. Principalmente o Ser Humano Português. No entanto e como duty calls, vou dormir entretanto e amanhã já passo por aqui para deixar o meu testemunho nesta Via Láctea que é a internet.
Mas não, não poderei terminar este post sem deixar um pequeno teaser... Ora o assunto começa por L e acaba em Y e não, não tem nada a ver com I Love You. E se não me engano passa todos os fins de semana de manhã.
Então dear friends, despeço-me com um grande Bem Haja!

12 agosto 2008

Estou sim? Olhe eu gostaria de falar com o Sr. Privado!

Há uma certa mania que certas pessoas têm que eu simplesmente não compreendo. Não consigo compreender e acho mesmo que não quero compreender.
O telemóvel toca. A pessoa não atende.

Então? Por que é que não atendeste?
Epá era privado, não atendi.

Quem nunca ouviu esta conversa ou participou numa? Este tipo de conversa comigo normalmente fica por aqui. Não dá para argumentar quando não há uma razão minimamente lógica para justificar tal coisa.
O problema é que esta afirmação é de tal forma idiota, a meu ver, que nem mereceria mais qualquer tipo de consideração. Explicar os mil e um motivos de Porquê atender números privados? ou Por que razões os números poderão aparecer como privados? não vale a pena o esforço para quem tão palatinamente se compara a um ser que não pode ser importunado por outro alguém que se esconde sob a forma de - PRIVADO!
Ahh ser incauto que ousa fazer tal coisa!
Amigos, menos ok? Menos.

30 julho 2008

To beer or not to beer

Estou a morrer de sono, é um facto. Mas por que já me fizeram esta pergunta demasiadas vezes e como já perdi a paciência para responder de forma civilizada, venho aqui deixar o meu testemunho a todos que, como eu, passam todos os dias pela mesma irritação.
Não gosto de cerveja. Ok, acabei de escandalizar uns quantos seres para quem a cerveja é o Santo Graal e num quiz para saber quem eu seria dos Simpsons também nunca poderia ser o Homer (Damn!)...
E, como devem imaginar, não gostar de cerveja num país como o nosso tem muito que se lhe diga. Ou melhor, teria muito que se dizer... no entanto, de cada vez que eu, ser incauto digo Não gosto de cerveja, há sempre outro ser que diz (e sempre nesta ordem e nestas palavras):
Não gostas de cerveja???? Então o que é que bebes???
Ora vamos lá por partes.
Primeiro, eu tenho como princípio que - Para uma pergunta estúpida, uma resposta AINDA mais estúpida. Logo, vejo-me obrigada a responder:
Tudo o resto. Bebo tudo o resto.
(acompanhada da minha cara número dois)
Claro está que não bebo tudo o resto, mas estar constantemente a enumerar a lista de bebidas alcóolicas da minha preferência não faz de todo o meu género.
Segundo, desde quando é que não gostar de cerveja se tornou um estigma social? A expressão que acompanha a cara das pessoas quando dizem esta frase é genial, é a expressão que traduzida diria qualquer coisa como: Como é que tu consegues viver?? Como é que tu consegues socializar?? E tens amigos?? E como é que vives com isso??? Já alguma vez consultaste um especialista??
Enfim, e poderia continuar a arranjar traduções mas todas iriam dar a uma só: És normal?
Terceiro, normalmente tentam sempre convencer-te que: Eu próprio não gostava de cerveja mas agora... é uma questão de hábito, as primeiras vezes não gostas mas depois... habituas-te!
A-D-O-R-O. Quais apóstolos da cerveja, a transmitir a palavra e a evangelizar os povos.
Por acaso acho uma teoria bastante inteligente e interessante, principalmente quando vem de pessoas que "eu também só bebo por que é mais barato, senão... também não sou muito fã... bebe-se!"
Poderia ir mais longe e afirmar que estas são também as pessoas que pensam que Divertimento é sinónimo de alcóol e por isso mesmo só assim se conseguem divertir. Guess what, eu até a água me divirto.
Volto a repetir. Não gosto de cerveja. Deal with it.

28 julho 2008

For reasons unknown

Já alguma vez sentiram que estavam a ser a modos que acossados por uma música?
Eu sim. E ultimamente tenho sido perseguida por esta e em todas as versões possíveis e imagináveis feitas até hoje. Mas como acho que a original é bastante boa aqui fica:



Freud teria uma explicação...

21 julho 2008

Amigo Caloteiro,

CALOTEIROOO, CALOTEIROOO. Engraçado pensar que esta é uma das recordações das minhas últimas férias no Brasil. E ainda mais engraçado é pensar que foi logo após quase ter sido vítima de um grandessissimo caloteiro!
Eu nem ia pegar mais neste assunto que para mim estava já encerrado naquela parte da memória Assunto-a-reter-apenas-para-prevenir-futuros-calotes, mas quando alguém me diz que, e passo a citar (ainda que provavelmente não exactamente por estas palavras) Coitadinho do senhor que até foi tão bom e não merecia, epá, mesmo com o verniz já a saltar-me das unhas, vi-me obrigada a vir aqui deixar o meu testemunho e a apresentar a minha solidariedade para com as demais vítimas deste tipo de gentinha.
Então vamos lá fazer um rewind e se calhar relembrar algumas mentes já esquecidas.
Provavelmente a mesma pessoa que disse o que disse não tem conhecimento que houve meses em que TCHANAN, tive que pedir dinheiro aos meus pais para ir trabalhar!!! E esta hein??
Da mesma forma esta pessoa não deve saber que o Sr. Coitadinho Bom proferiu as seguintes palavras: E só lhe vou pagar por que até se portou bem durante o trabalho!
Umm, será que eu estava presa e não sabia? Tive direito a liberdade condicional??? Fui recompensada e recebi o que era meu de direito!!! UAU.
Mas calma, isto tudo à base de "ameaças". Sim, por que eu sou uma pessoa muito intimidatória e calma lá que eu com as minhas ameaças ui ui...
Amigo caloteiro, normalmente apelidado também de Chico Esperto, por que ele julga-se realmente MUITO esperto, deixa-me que te diga apenas isto:
Tens a mania que enganas toda a gente, e realmente enganas muita gente, mas, felizmente e por experiência própria, não vais continuar a enganar toda a gente durante o tempo todo durante muito mais tempo!
Não é querer ser má ou estar a desejar mal a alguém... longe de mim! Mas infelizmente para ti, é mesmo assim que as coisas são. Como já diz o ditado - Não há mal que dure para sempre, nem bem que nunca acabe. É mais ou menos a mesma situação.
Olha e se continuares a sentir muita comichão no rabo e não conseguires perceber o porquê, também não vale a pena ires gastar o dinheiro que não tens mas que pensas que podes gastar mesmo pertencendo a terceiros (fiz-me entender?!) consultando médicos XPTO.
Eu dou-te a resposta à tua doença: CALOTE.

10 julho 2008

Palavras Sábias

«Actualmente ensina-se mais sobre as relações sexuais do que sobre as relações amorosas. Os jovens sabem mais sobre sexo do que sobre amor.»
Nelson Lima, coordenador nacional do Instituto de Inteligência (in http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=101048)

Sem querer tirar os 5 m de fama ao senhor, mas aproveitando a deixa, aqui informo: eu própria já disse isto tipo hundreds of times. Simplesmente não sou a coordenadora nacional do Instituto de Inteligência...!
Mas sou uma ganda cabeça!! :D Ahh, Tico e Teco amigos!

Anyway, eu não poderia estar mais de acordo. Palavras sábias e alguém que dê ouvidos a este senhor (ou em última instância a mim, vá..)!

09 julho 2008

Taras e Manias

Eu simplesmente tenho que partilhar isto com vocês:



Video fantástico, batida de pôr a cabeça a gingar.

Cut Copy YOU ROCK! :')

05 julho 2008

Mais um assunto derivado da questão

Vinha eu toda lançada para escrever mais um dos meus testamentos sobre o drama que me assola todos os dias - a-língua-portuguesa-e-o-povo-português, pois claro, quando enquanto deambulava pelos caminhos sinuosos da internet me deparei com esta frase:
Tás lindo, parabéns!
Alto e pára o baile! - pensei eu - vou ter que fazer uma muito rápida reflexão sobre esta frase!
E eu pergunto: Parabéns?!? Mas do quê?
Ah é que antes eras feio como a merda, mas eu não tinha coragem de to dizer, mas entretanto abriste os olhos para a vida, cortaste o cabelo que te ficava mal, deixaste aquele teu estilo duvidoso de quem luta com o armário todos os dias de manhã e como te esforçaste é caso para te felicitar...e é isso, TÁS LINDO, PARABÉNS!
Claro que esta resposta é fictícia e fruto da minha imaginação apenas fértil de vez em quando ou de quando em vez - que é uma expressão que está muito em voga e que foi de alguém que achou que já era muito chato dizer sempre de vez em quando!
Afinal os portugueses sempre sabem alguma coisa da sua língua e até já criam eufemismos e tudo! Sim, por que isto foi tudo pensado...Ena, Ena...
Frases como esta têm a capacidade de dizer tudo e de não ser nada. É por isso que as adoro!
You make my day!
P.S. - By the way e só um aparte, alguém me consegue responder por que é que as pessoas continuam a insistir em colocar fotos de carro como foto principal do seu perfil?!?

03 julho 2008

Pessoa, tu és GRANDE!


Se a minha admiração por Pessoa era grande, deverei dizer que agora acabou de exceder todas as minhas expectativas.

Muito se falou nestes últimos dias sobre Fernando Pessoa, não só por fazer 120 anos do seu nascimento mas também pela revelação de um texto inédito por José Barreto (que confesso não conhecia até hoje...), historiador português. E não é que Pessoa já desde 1920 reflectia sobre o fenómeno Fátima?!

Aliás, ele não só reflectiu como registou mesmo a sua convicção, sendo ela apenas e somente igual à minha! Atenção, não pertendo com isto equiparar-me a Fernando Pessoa, longe de mim! (adoro esta expressão e sempre sonhei poder um dia escrevê-la assim, num post!) Mas ler estas palavras hoje, foi para mim música para os meus ouvidos: Fernando Pessoa encarava Fátima como o lugar mítico da construção do nacionalismo católico e monárquico que ele repudiava.

Claro que estas palavras não foram proferidas por Pessoa mas sim por José Barreto mas, ainda assim, retratam na perfeição o meu sentimento em relação ao culto fatimiano!

Não deixa de ser irónico que um dos maiores poetas e escritores portugueses tivesse uma opinião tão contrária ao país que o glorifica! Não que ache negativo, pelo contrário, mas ainda assim irónico!

Ainda assim, e por que fica sempre bem proferir esta frase cliché, respeito muito as escolhas religiosas alheias!

No entanto, fazendo jus à religião que escolho todos os dias, deixo aqui um pequeno texto, já um tanto ou quanto falado, retirado da minha bíblia, de São Ricardo Reis, (vulgo Fernando Pessoa) aos seus seguidores lusitanos:


Para ser grande, sê inteiro: nada

Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és

No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda

Brilha, porque alta vive.


I rest my case.



29 junho 2008

Apetites

Apetece-me escrever. São 2h30 da manhã e apetece-se extravasar. Eu gosto de extravasar para a escrita. Escrevo e apago a seguir o que me apetecia realmente escrever. Provavelmente não o deveria fazer, mas faço. É a minha veia cobarde, do ter medo de ser demasiado fria, sentimental ou até humana! LOL Hoje apetece-me escrever simplesmente. Gostava de ter um assunto, um tema ou até uma piadola sarcástica para mandar, mas não...
Mas tenho uma pergunta: Por que é que somos um ser insatisfeito? (E não me venham com a resposta do: "Por que não somos perfeitos!")
Umm, sim, acho que chega por hoje. Vou dar descanso às borbulhas que entretanto despoletaram por toda a área facial existente na minha pessoa e pedir para que amanhã pelo menos faça sol aqui prós meus lados.
Por que no fundo sentir-me-ei mais satisfeita se pelo menos puder ir à minha praia! :)
Um grande bem haja a todos! :D

27 junho 2008

O que fazer quando a paciência chega ao fim?

E mandar as pessoas à merda?! Não?!

"Ah e tal por que hoje tou mal disposto"

E eu com isso?!

Cada vez mais me dou conta do quão egoísta o ser humano pode ser. Principalmente os que passam o dia todo a coçar a micose. E tem lógica! Como não têm mais nada para fazer, além de coçar a micose, dão-se ao trabalho de estar mal dispostos e de propagar a má disposição além fronteiras da sua existência triste e mesquinha.
Também tenho os meus grandes momentos de má disposição, é verdade! E que normalmente aparecem nesses mesmos dias, de coceira. Deêm-me coisas para fazer, a sério, a má disposição nem tem tempo para se instalar e se mesmo assim teimar sempre tenho a desculpa de estar muito ocupada, fico calada e, melhor que tudo, fico no meu canto!
É essa a minha proposta aos mal dispostos de todo o Portugal e arredores:
REMETEI-VOS À VOSSA EXISTÊNCIA, FICAI NO VOSSO CANTO E DISSIPAI A VOSSA MÁ DISPOSIÇÃO PELAS QUATRO PAREDES!
Simples não?

19 junho 2008

Monólogo

-Do que é que mais tenho medo no futuro?
-Do vazio.
- Humpft.

18 junho 2008

O meu Deus é Italiano!

Hoje estou numa de me armar em mulherzinha, pior, em tarada mesmo! Como tal, partilho convosco uma das poucas razões que ainda me leva a acompanhar o mundo futebolístico:

E é por isso também que o Euro 2008 me está a passar ao lado! AHAHAH

16 junho 2008

A ambição é uma energia positiva

Uns mesinhos de recobro depois e devido a pedido de muitas famílias (vá, de uma ou duas pessoas...), retomo as minhas "considerações"!
Posso dizer que muita coisa mudou desde o meu último post, do qual já não me lembro, data ou assunto, o que poderá ser comparado ao preço da gasolina!
Epáaa, que frase mais cliché que me acabou de sair... e acerca de um assunto POUCO discutido...!
Greves e paralisações à parte, acho que tem havido uma GRANDE falha no nosso meio cronista, que ainda não me chegou à vista nenhuma consideração sobre o anúncio da Galp Energia! Provavelmente, até os nossos cronistas mais atentos ficaram enfeitiçados com esta história do Patriotismo Português no Euro 2008! (Agora que vou ser linchada nunca mais escrevo aqui nada!)
Então vamos lá por partes. Comecemos por resumir o anúncio: aparece o autocarro da selecção, acompanhado de uma músiquinha que nos faz lembrar o Texas e logo Portugal, claro!! (NOT) e não sei quantas pessoas a empurrar o mesmo autocarro, que dizem ir a caminho do Euro enquanto os jogadores agem como se nada fosse! A fechar a chave de ouro lê-se a seguinte frase: Veículo Movido a Energia Positiva.
Eis que chegamos ao ponto que, sinceramente nem sei por onde começar! Então se calhar vou ter mesmo que ir buscar as paralisações das últimas semanas!
Foi impressão minha ou nestes últimos dias o país esteve vai não vai para fechar as portas?? Será que afinal o motivo afinal era outro?
O preço da gasolina??! Não, que ideia Rita! Os carros agora andam a energia positiva!
Então voltemos ao anúncio: admiro a coragem da Galp, confesso que sim! Anda meio país a fazer greves e outro meio a querer fazer e a Galp tem a bela ideia de lançar um anúncio em que o autocarro se desloca A ENERGIA POSITIVA! Eu confesso que de início ainda cheguei a pensar que poderia ser um novo tipo de gasolina... (e é, chama-se A Penantes) mas depois cheguei mesmo à conclusão que a crise é pior do que eu pensava!
Basicamente poderá dizer-se que este anúncio representa bem as diferenças sociais em que vivemos, senão vejamos: enquanto o zé povinho, coitadinho, empurra o autocarro temos as classes abastadas que se deslocam dentro do mesmo como se nada fosse e até melhor, como se fosse normal ter uma cambada de otários a empurrar um autocarro em pleno séc. XXI! (E atenção: Nada contra as pessoas que gravaram o anúncio, também eu faria aquela figura pela recompensa monetária que receberam!)
No fundo, este anúncio é um bom espelho da nossa sociedade! Este anúncio é de valor, sem dúvida!
Ok, eu bem sei que o anúncio apenas pretende ser uma metáfora ao Patriotismo Português e as bandeiras e blá blá blá, mas realmente devo dar os meus parabéns mais uma vez à Galp, pois está a deixar o seu contributo social, alertando-nos para como nos iremos deslocar nos próximos tempos. E isso é bonito! Claro que mais considerações haveria a fazer sobre O Patriotismo Português e o Euro, mas é um assunto que deixarei para outras núpcias!
No entanto, penso que a frase final que nos deixam não é uma frase a menosprezar por que no fundo dá-nos alento a continuar: A ambição é uma energia positiva!

12 fevereiro 2008

Pe(r)so(n)a(gem)

Nesta aula fomos caçar personagens. Pegámos no carro em direcção à baixa, separámo-nos no Largo de Camões e preparámo-nos para apontar as armas aos alvos. Antes de cada um ir à sua vida de caçador, combinámos o ponto de encontro nesse mesmo largo, às 13.30, para voltarmos ao sítio de partida, a ACT.Já sozinha em pleno centro de Lisboa, senti-me muito perdida e sem saber por onde começar. Ninguém me parecia suficientemente interessante para ser seguido, e dar o primeiro passo foi realmente o mais complicado. Vagueei uma boa meia hora até que vi o que me pareceu uma possível boa personagem. Era uma rapariga estrangeira (turista) com os cabelos muito louros emaranhados numa trança comprida que lhe dividia as costas, casaco vermelho até aos joelhos, calças de ganga, botas pretas, mala laranja e vermelha da marca Gola a tira-colo, e óculos escuros na cabeça. Estava acompanhada por uma senhora, provavelmente a mãe. A princípio segui-las foi engraçado pois como eram turistas viam e andavam pela cidade de uma maneira muito própria, quase que a querer olhar para tudo para não perderem nada. Mas depressa se tornou aborrecido pois estavam muito interessadas nas montras de pastelarias e vinhos, parando para olhá-las demoradamente. Acabaram por entrar numa loja de vinho e frutos secos e, como estavam a demorar muito, achei melhor desistir daquela possível personagem e procurar outra mais atraente.Ao sair da loja, reparei numa senhora de meia idade muito baixinha e ligeiramente corcunda. Andava extraordinariamente devagar e nunca olhava para cima. Como me deu pena, resolvi segui-la. Devia medir 1.50 m, tinha óculos grandes e redondos (muito fora de moda) e quando olhava para cima era sempre por cima deles. Tinha uma sobrancelha mais alta e arqueada que a outra, cabelo curto preto já com alguns fios brancos, e toda a sua cara e expressão faziam lembrar o focinho de um cachorrinho perdido. Vestia um casaco azul escuro pelos joelhos com uma gola em pêlo sintético preto, as calças eram pretas, assim como as meias e os sapatos. Não levava mala de senhora, apenas um pequeno e velho saco de ginástica azul escuro com um emblema que não consegui decifrar, e um pequeno saco de plástico branco com qualquer coisa lá dentro. Levava-os na mão esquerda, o lado da corcunda. O seu braço direito, vazio e mais comprido, agarrava com os dedos indicador e médio a ponta da manga do casaco, enquanto os outros estavam rigorosamente esticados para baixo. A sua cabeça, sempre inclinada para baixo, pendia ligeiramente para o lado direito, os seus passos eram muito curtos e as suas paragens constantes. Com o olhar pregado ao chão, andava e parava, andava e parava, andava e parava... não ligando a ninguém. Se as pessoas se metiam com ela para lhe dar um panfleto, ou para se desviarem do caminho, ela nem pestanejava. Parecia que não havia mais ninguém. Seguia sozinha, muito concentrada em si, a baloiçar os sacos, por uma Lisboa cheia de vida e ensolarada.Depressa percebi que iria ser muito difícil seguir aquela criatura. Andava tão devagarinho que não só ela, como as outras pessoas, reparariam com certeza que eu estava a segui-la e a observá-la. Entrou na loja O Celeiro da Dieta. A princípio eu não sabia o que fazer, nunca tinha seguido ninguém e tinha medo que ela se desse conta de que eu estava a segui-la, mas como tive curiosidade em saber o que iria comprar, entrei. Havia muita gente. Tentei não perdê-la de vista, o que me custou. Pediu uma informação a uma empregada, mas infelizmente não consegui ouvir. Quando foi pagar à caixa, reparei nas suas compras: pão de cereais e umas dez caixas de rebuçados suíços Ricola, três ou quatro de cada variedade. Achei muita piada a esse facto, não só porque não conhecia ninguém que comprasse rebuçados Ricola a não ser a minha mãe, mas também porque ela levava uma quantidade exorbitante deles. Pensei logo que não devia morar sozinha. Saiu. Foi até à praça do Rossio, atravessou a estrada e, para meu grande espanto, parou diante de um grupo de jovens “junkies” que fumavam, riam, conversavam e tocavam jambé. Uns de pé, outros sentados ou deitados ao sol, animavam aquele bocadinho de passeio. Tentei ver se o seu olhar era de reprovação ou contentamento, mas nesse exacto momento recebi a sms do “I´m watching you...” que me distraiu. Como a minha personagem esteve muito pouco tempo parada, não tive tempo para ver a sua reacção, mas pareceu-me que ela não teve reacção nenhuma, que apenas se limitou a olhar. Prosseguindo a marcha, foi devagar, devagarinho até uma loja. Parou, leu um papel que estava colado na montra e foi-se embora. Avancei para ler o papel. Pedia desculpa pelo incómodo, mas iam entrar em obras. Era uma loja de tapeçaria e tecidos antigos. Achei curioso. O que será que a senhora queria comprar? Não sabia, nem iria saber porque já não a via. Olhei para todo o lado, e não a encontrava. Tinha desaparecido! Como era possível? Ela andava tão devagarinho que de certeza não podia ter ido longe. Atravessei a rua, voltei a atravessar. Nada. De repente, reparei noutro papel na montra da tal loja que dizia: “Estamos na loja em frente, no 1º andar, na janela das bandeiras.” Olhei e lá estava ela, prestes a desaparecer num vão de escadas. Que alívio! Entrei na loja e ela viu-me. Assutei-me e baixei a cabeça. Pensei que tivesse sido descoberta, e fiz de tudo para que não nos olhássemos nos olhos. Percebi que agora tinha de redobrar os meus cuidados mas, em princípio, não haveria problemas. A velhota não esteve nem cinco minutos lá dentro. Saiu e eu também. Depois, parou numa pequena mercearia chamada O Mercado da Figueira, mas como era muito pequena e estava cheia de gente, resolvi esperar cá fora. Ela saiu, e eu reparei que não trazia compras. Deu uns passos em frente, parou pensativa, deu meia volta e voltou a entrar para comprar beringelas. Saiu. Contornou a rua, subiu pela Rua da Madalena, onde foi à farmácia e ao talho. Não consegui ver o que comprou, pois ela já me tinha visto, e tive medo de que se sentisse intimidada, que mudasse o seu comportamento, ou que me viesse perguntar se estava a segui-la. Apenas consegui ver como se sentava. Cansada, muito cansada, com a mão direita pousada no colo a segurar uma senha de atendimento, e a mão esquerda pendendo com os sacos no chão. Esperei sentada no degrau de entrada de um prédio mais abaixo. Ela saiu, e eu levantei-me. Largo Adelino Amaro da Costa, Rua do Regedor, Largo São Cristóvão, Rua das Farinhas. Depois, assinei a minha sentença. Baixei o olhar para escrevinhar qualquer coisa no meu bloco e, quando o levantei, ela tinha desaparecido. Procurei por todo o lado, subi e desci a rua, olhei para dentro de todos os cafés, de todas as lojas, de todos os becos, e nada! ...
Senti-me tão frustrada. Começava a gostar daquela velhotinha muda e muito interiorizada no seu mundo. Queria saber para onde ia, qual era o seu destino, porque tinha feito aquele percurso. De certeza que tinha ido comprar o que precisava para o almoço. Mas não sei, nem nunca chegarei a saber, porque falhara a minha missão. Uma velha doente e corcunda que andava a passo de caracol tinha-me passado a perna. Uma velha que por algumas horas fora o centro da minha atenção, do meu trabalho, do meu dia, da minha vida. E assim, daquela maneira estúpida, sem mais nem menos, sem ai nem ui, escapara por entre os meus dedos. Senti um vazio absoluto, um tremendo sentimento de perda, uma desorientação enorme. E, o que mais me atormentava e angustiava, era saber que nunca mais a voltaria a ver. De que nunca saberia o seu nome, nunca ouviria a sua voz, nunca saberia o que tinha sido, se tinha familia, nada.
Acabo este relatório tendo em mente que terei de fazer uma biografia desta pessoa. Não quero. Imaginar é bom, ela pode ser o que eu quiser que ela seja mas, o que eu gostava mesmo, o que eu queria mesmo, era saber o que ela realmente foi. E isso é o que mais me custa, ter a noção de que nunca vou saber a verdade sobre uma pessoa escolhida ao acaso, na qual eu nunca repararia no meu quotidiano, e que por uns momentos foi o centro do meu mundo. Triste e silenciosa, voltei à ACT.

22 janeiro 2008

Resoluções

Compro:
Motivação. Bem sei que não se vende, mas pode haver alguém disposto a dar...!

Procuro:
Fazer umas férias maravilhosas e que valham cada cêntimo gasto.

Quero:
Que me paguem o que me devem. E que não é pouco, by the way!

Não Vou:
Desistir.

Questiono:
Os standards associados ao ideal de vida.

Sonho:
Sempre e cada vez mais.

Acredito:
AINDA acredito.

Anseio:
Por estar com ele.

Mantenho:
O riso. Os amigos. O optimismo.

Gosto:
Dos nossos programas.

Detesto:
Engolir sapos.

Espero:
Uma mudança de vida. Rápida. Para melhor.

Falo:
Do tudo. Do nada. Com todos.

Canto:
Ain't no sunshine when she's gone.

Confio:
Na minha capacidade e logo em mim.

Tenho:
Saúde. Esperança. E MUITA Paciência.

Conquisto:
Espero que qualquer coisa todos os dias.

Transmito:
Boa disposição, sempre.

Transpareço:
Segurança?! [Ainda bem... ahaha]

Vivo:
A rir.

Porque...

Cada dia te é dado uma só vez
E no redondo círculo da noite
Não existe piedade para aquele que hesita.

Mais tarde, será tarde e já é tarde.
O tempo apaga tudo menos esse longo indelével rasto que o não vivido deixa.

by, Sophia de Mello Breyner Andresen